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Das Tentativas, Ateliê 397, 2005

Dália Rosenthal e Alexandre Tripiciano

 

Vídeo, fotografias e ação coletiva,2005

 

(trecho de diário de criação pessoal) Dália Rosenthal

 

Das tentativas foi uma exposição projetada para o espaço Ateliê 397, localizado na Vila Madalena, em São Paulo. O conjunto: ação coletiva, fotografias e vídeo propunham um diálogo entre corpo  e céu . O trabalho contou ainda com uma ação coletiva intitulada “Folia dos Reis” realizada no dia de abertura da mostra e na qual foi produzida - com os convidados - uma escada com cerca de 10 metros em direção ao céu. O título da ação fazia uma referência a festa brasileira conhecida como Folia de Reis ou Epifania do Senhor. Epifania é uma palavra que vem do grego e quer dizer “Aparecimento” ou “Manifestação”.

 

 

 

Tentativa constante de se chegar a algum lugar. Ilusão obsessiva de se ascender a algo. Passagens acercadas de realidade e que de fato se pontuam como uma quase realidade. E nas quais temos a impressão de que algo por ali passou mais iluminado. De que algo se suspendeu. Uma suspensão de sentidos que se intercalam ainda que vagamente. Como presentes da existência. Da tentativa de se aproximar das coisas. Frustrada e inútil. Sempre cega pelo desejo. Inalcançável.

 

 

 

Das tentativas

Saulo di Tarso

 

A duna é a escada, a escada é a duna...

 

 

... das tentativas

 

 

Os passos constituem a escada que o vento ao gravar-se mais fundo desmancha na areia: duna.

 

Avião, hélice: o mais alto que o homem pode ir

 

A estranha linha após o sol

 

Gangorra: verbo gangorrear, subir e descer entre as luzes e o corpo da cidade. Cidade das peles. Cidade das tentativas. Chapéu mexicano como o grande arremesso de dentro do círculo. Estrutura. O grito na direção da luz.

 

A agonia de que aquilo que o homem pode subir é a escada, passo a passo. O grito é dado à imensidão do silêncio.

 

O sol, a utopia, o passo sem dimensão, a cidade, o vento.

 

O círculo ordenado do vôo...

 

A borboleta-hélice da queda...

 

O vento que sopra nas dunas e empurra o barco à vela soa do metrô que anda nos trilhos,

 

O caminho poético do vento,

 

A curva do caos, a egrégoria,

 

Tua pele, minha pele, as nuvens a janela,

 

Meu olhar, teu olhar, todos nós, toda a folia de todos os reis... e rainhas

 

A luta-dança do amor revela o ciclo...

 

das tentativas...

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